Sobre os Autores
Não dá para trazer o universo das fábulas ao público sem antes falar do seu criador e dos diversos escritores que surgiram posteriormente na história e as reescreveram. 
Esopo 
Fabulista grego que viveu no ano de 620 a .C. e tornou-se uma lenda. A história deste autor é muito questionada pelos pesquisadores. Esopo não deixou nada escrito, suas fábulas faziam parte da tradição oral de vários locais. Muito de sua história mistura-se a rumores, dessa forma não se sabe com exatidão o que ele escreveu, se ele realmente existiu ou se foi um pseudônimo usado por vários autores. Também não se sabe ao certo onde nasceu. Alguns pesquisadores acreditam que foi em Sardes,  outros dizem que foi em Atenas, porém o mais provável é que tenha nascido em Frigia, na Grécia. 
Adaptou para o comportamento dos animais características e comportamentos que observava no homem, pois, assim seria mais fácil aceitarem suas observações. Por meio de suas fábulas ele refletia sobre o comportamento humano. Foram atribuídas a Esopo a autoria de 400 fábulas recontadas por vários escritores até os dias de hoje. 
Jean de La Fontaine  nasceu na França e viveu entre 1621 e1695, até os 74 anos. O escritor se baseou e adaptou diversas fábulas de Esopo, e foi um dos grandes responsáveis por popularizar suas fábulas no mundo Ocidental. 
Sua grande obra, Fábulas, foi escrita em três partes e seguiu o estilo do autor grego Esopo, no qual disfarçava características humanas, como a vaidade, estupidez e agressividade humana, para os animais. Sobre as fábulas ele disse: Sirvo-me de animais para instruir os homens. Procuro tornar o vício ridículo por não poder atacá-lo com braços de Hércules. Algumas vezes oponho, através de uma dupla imagem, o vício à virtude, a tolice ao bom senso... Uma moral nua provoca tédio. O conto faz passar com ele; nessa espécie de fingimento é preciso instruir e agradar, pois contar por contar, me parece de pouca monta. Nos países de língua Francesa é comum encontrar escolas que incluíram no seu cronograma curricular, o estudo obrigatório da fábula A cigarra e a Formiga. 
Monteiro Lobato
Este autor brasileiro também reescreveu algumas fábulas de Esopo e de La Fon taine. Para Lobato as crianças não devem ser submetidas à moralidade de forma crua e direta, a moral mantém-se no inconsciente das crianças. 
Em suas fábulas, Monteiro Lobato cria discussões entre os adultos e as crianças, dando voz aos pequenos, que expõem suas opiniões acerca de temas com relevância política, social, econômica, cultural, entre outros. Além de apontar erros às crianças para torná-los passíveis de correção, nas fábulas de Lobato é visível uma moral de situação, alterando a visão tradicional de valores. 
Na fábula A Cigarra e a Formiga de La Fontaine , um modelo capitalista é revelado, no qual a produção é bastante relevante ao considerar que a formiga é superior a cigarra tendo em vista o trabalho. Mas na adaptação de Lobato a cigarra não é mostrada de modo depreciativo e merece reconhecimento da formiga por considerar que o canto da cigarra foi benéfico ao formigueiro enquanto todos trabalhavam. 
No Sítio do Picapau Amarelo, Monteiro Lobato provoca discussões sobre a narrativa da fábula como círculo de personagens que povoam a história. Dona Benta que narra às fábulas, representa a voz da tradição, a opinião ponderada e refletida das pessoas já vividas. Tia Nastácia representa a sabedoria popular e também se mostra inclinada a aceitar a moral das fábulas. Pedrinho e Narizinho se mostram com espírito irrequieto de crianças curiosas e dispostas a aprender, enquanto a irreverente Emilia tenta, a cada momento, contestar a lição de moral que a fábula encerra. 
Talvez Monteiro Lobato tenha levado ao pé da letra o que disse LaFontaine: A fábula é uma pintura em  que podemos encontrar nosso próprio retrato.


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