“O Universo Mágico da Cigarra e da Formiga”
                                                                     De Luiz Carlos Felix
Idéias que transformam... 
Este material visa através de atividades pedagógicas apreciar o brincar em comunhão com o conhecimento e com o aprendizado como forma de contribuir para a formação integral de educandos. Futuros cidadãos de uma sociedade na qual a atividade artística ainda é vista em detrimento das atividades institucionais. Oferecer um material crítico reflexivo nos motiva a acreditar que a nossa atitude possa incentivar novas iniciativas de formação de uma geração que tem muito a mudar e construir em uma sociedade que tem atrofiado o lúdico e a criatividade em nome da barbárie.
Argumento
Em uma sociedade que evolui no descompasso entre ciência e inconsciência, a Companhia de Artes VagaLume se posiciona como um grupo de artistas, propositores de uma obra que possa fluir num movimento positivo e profícuo de mudança social, para a quebra de um modelo cartesiano, para um modelo holístico de ciência.
Fritjof Capra evidencia em seu livro “O Ponto de Mutação - a Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente” que a dinâmica da mudança é de uma interação “dialética” de opostos, decorrente de contradições que são intrínsecas a todas as coisas.  
            Um dos mais importantes insights da cultura chinesa foi o reconhecimento de que o constante fluxo de transformação e mudança de uma sociedade é um aspecto essencial do universo. A mudança, segundo esse ponto de vista não ocorre como conseqüência de alguma força, como foi concebida pela dialética materialista (Karl Marx) através de uma luta de classes, mas é tendência natural, inata em todas as coisas e situações. Marx e muitos dos seus seguidores ignoravam que toda luta ocorre na natureza dentro de um contexto mais amplo de cooperação. 
            Portanto Capra, adotando a filosofia do I Ching ao invés da concepção marxista, acredita que o conflito deve ser minimizado em épocas de transição social. Na concepção dele, todos os fenômenos que observamos participam desse processo inerentemente dinâmico. A base desse processo está no ciclo contínuo de dois pólos arquetípicos- o yin e yang. Que sustentam o ritmo fundamental do universo.
Estes dois pólos estão associados a numerosas imagens de opostos colhidos na natureza e na vida social. 
                           Yin                                                              Yang
Terra                                                      Céu
Lua                                                Sol
Noite                                      Dia
 Inverno                          Verão
   Interior       Superfície
Todos os fenômenos naturais são uma continua oscilação entre os dois pólos, a transição ocorre gradualmente numa progressão ininterrupta. O que é bom não é o yin ou yang, e sim o equilíbrio dinâmico entre ambos.
            A terminologia yin/yang é útil na análise do desequilíbrio cultural que adota um amplo ponto de vista ecológico, um ponto de vista que também poderia ser chamado de concepção sistêmica. 
            Dentre esses dois pólos os sábios chineses reconheceram a polaridade característica do sistema humano. A auto-afirmação é conseguida através do comportamento Yang (exigente, competitivo, expansivo- afirmação do ego) e a Integração através do comportamento yin (receptivo, cooperativo, intuitivo afirmação do coletivo).
            A Companhia de Artes Vagalume emprega esta nova visão paradigmática para oferecer um material pedagógico inspirado na peça teatral “O Universo Mágico da Cigarra e da Formiga” como uma ferramenta educacional facilitadora de diálogos sobre conceitos como autoconhecimento, responsabilidade, respeito, diversidade e equilíbrio ecológico.
Ao possibilitar o reconhecimento dos dois pólos encontrados nas personagens Cigarra e Formiga, como representação de personalidades presentes dentro de homens e mulheres, meninos e meninas. É possível estimular as crianças a pensar sobre a importância do equilíbrio entre o prazer e o dever, o brincar e o estudar, a vida espiritual e material, o individual e o social, e principalmente entre a natureza e o homem.   
Bárbara Apalg (Arte Educadora). 
Companhia de Artes Vagalume.
Material Pedagógico para Educação Fundamental I e II.
Boa aula!
               Diálogos Interconexos – Responsabilidade, Diversidade, Ecologia e Autoconhecimento.
Antes da apreciação do espetáculo “O Universo Mágico da Cigarra e da Formiga” faça uma conscientização sobre o tema responsabilidade com os seus alunos e peça a eles que observem o comportamento das personagens e analisem: 
·         Elas são ou não responsáveis?
·         Caso não, em que aspecto?
·         È importante ser responsável? Por quê?
Após a apreciação da peça faça uma roda de conversa e discuta a relevância de cada personagem com questões como:
·         Qual a importância da Formiga na fábula?
·         Qual a importância da Cigarra na fábula?
·         Por que ambas são necessárias na natureza?
·         Pensando em nosso dia a dia poderíamos descobrir que a gente também tem “Jeito de Cigarra” e “Jeito de Formiga”?
·         Quais são estes momentos na vida de vocês?
·         È possível unir o “Jeito Cigarra e o Jeito Formiga” de ser?
·         Como se daria essa união no cotidiano de nossa casa?
·         E na rotina da escola?
·         E no mundo?
·         È importante unir os dois jeitos de ser: Cigarra e Formiga? Por quê?
·         O que o conceito de responsabilidade tem a ver com essa união?
·         O que a Cigarra pode ensinar para a Formiga?
·         E o que a Formiga pode ensinar para a Cigarra?
·         Quando o erro pode virar um acerto?
·         A Formiga é super organizada com o seu trabalho e a Cigarra diz que quer ser livre para cantar. Dentro da sua escola em que hora vocês consideram necessário a liberdade e em que momento se faz necessário a organização? 
Agora sugira aos alunos que dividam-se em grupos para descobrir formas de se “Brincar com as matérias de estudos científicos (como matemática, história, português) e/ou Estudarem brincando”.
Equilíbrio e Pólos Yin e Yang – Comunicação Corporal
Você também pode sugerir aos alunos que pesquisem em seus corpos os opostos complementares, como forma de percepção das dualidades existentes na natureza e também em seus corpos. Como: Por que temos:
·         Duas pernas?
·         Dois braços?
·         Dois olhos?
·         Um nariz com duas narinas?
·         Duas orelhas?
·         Duas mãos?
Onde mais podemos encontrar opostos complementares em nosso corpo? 
Brinque de equilíbrio e desequilíbrio com uma experimentação prática de investigação de como nosso corpo necessita da harmonia.
·         Andar com um pé só.
·         Enxergar com um olho.
·         Experimentar fazer uma atividade só com uma mão, (pentear os cabelos, escovar os dentes, trocar uma camisa).
·         Andar com um pé e fechar um dos olhos.
·         Andar com os dois pés amarrados.
·         Jogar bola com as mãos presas.
Reflitam após os exercícios: porque precisamos de equilíbrio e harmonia? Qual a relação do desequilíbrio enfrentado nas brincadeiras realizadas com o desequilíbrio encontrado na natureza?
 Quando as crianças passam a integrar o ensino fundamental, estimular uma reflexão nas escolas do saber científico através do lúdico é de suma importância para favorecer um equilíbrio entre o prazer de conhecer e o dever de aprender.
Bárbara Apalg.
Ilustração: Fabianna Strumiello




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